"Do silêncio que se fizera em seu espírito, ele sentiu,
à maneira de reflexo que abandonasse um espelho,
destacar-se um outro ser, ligado aos seus sentidos,
mas alheio às paredes. Modelou toda a copa da árvore semi-invisível,
o tronco, a inchação das raízes; as pedras úmidas,
além; outras folhagens, um telhado escuro,
a erva rala junto ao muro rachado _ coisas fugidias,
a fasciná-lo com sua consistência de sonho. Fechou os olhos,
isto não alterou a contemplação. Com aterrorizada alegria,
sentiu-se disperso, livre na vastidão da manhã.”
(Fragmento da obra "Os Gestos" )
Osman Lins
2 Comentarios:
lindo blog,testos tão intensos que chegam a arrepiar...amei!
Cara, Júlia
Agradecemos à sua visita e o seu elogio!
Retorne à esta morada toda vez que precisar
alimentar-se com palavras. Garantimos que sempre haverá um cardápio diferente.
Att.: OS CONFUNDIDOS
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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." (Michel de Montaigne)
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