CONFUNDIR-SE É UM ERRO. CONFUNDIR É PRECEITO DE TALENTO INCOMPREENDIDO.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Diálogo I

...Tem uns anéis em volta, sai gelo dos vulcões, pra tu ter idéia, lá têm mais de dez luas pra poder clarear de noite de tão grande que é...

MENINA
- Deve ser muito bonito, uma lua só já deixa a gente assim... Perdido. E o vulcão cuspindo gelo? Esse planeta é frio, né?

MENINO
- Muito. O pó da cana que cai por lá é gelado e bem alvinho.

MENINA
- Quem te contou essas histórias todas? São eles, né? O povo que te visita.

MENINO
- Ninguém acredita, mas eu vi, o que contei é verdade pura e por isso não cabe na cabeça dessa gente. Muito me admira, um povo cheio de fé no que nunca viu, desconfiar de mim que nunca faltei com a verdade. Confio na virgindade dos meus joelhos que nunca se curvaram pra incerteza nenhuma. Quem tem fé não pode ter certeza. Eu tava sozinho no meio do mato, quando de repente desceu uma luz... De uma cor que eu nunca vi, em volta de mim se abriu um círculo de fogo e umas faíscas geladas respingavam em mim, ventou forte, desfolhou as árvores e naquela agonia uma voz fez sumir o zumbido da minha cabeça, aí começou um falatório e eu não entendia uma palavra... Depois a voz foi sumindo e tudo foi escurecendo, a vista foi ficando cinza numa confusão de preto e branco... Quando eu acordei, já tinha se passado mais de uma semana e eu nem tinha percebido.


João da Luz, o homem que consertava Robôs.

Diadorim Sant'anna

2 Comentarios:

Juliana Gomes disse...

Esse último trecho é bem reflexivo...!

Anônimo disse...

Realidade e fantasia dançam nas suas palavras, lúcidas, lúcidas! Encantada!

Anaíra Vasconcelos RE(I)CIFE

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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." (Michel de Montaigne)
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