Só queria esquentar minhas mãos no teu cio.
Ter ao meu lado teu corpo também velado.
Se um dia morresse, esse defunto estragado,
aqueceria de novo meu cadáver frio.
Já não bate mais meu coração vadio
e se vieste como fantasma arredio
foi porque, nesse dia triste, o resfrio
latente do meu sangue te atraiu.
Amanhã beijarei a terra,
assim, como hei de beijar-te o corpo?
Antes de nascer como defunto novo,
abrirei meu peito a Hades
e gritarei alegre as profundezas:
É aquele, o amor, que por mim reza?
D. Delarge
10 Comentarios:
Me lembrei de Gregório de Matos!
Fantástico seu soneto!
e bem forte ne mais e muito bom
Excelente post!Minha primeira vez aqui e espero poder voltar mais vezes.
Sucesso com o blog!
Lúgubre, soturno ... Mas que belo soneto! Construção perfeita e carregado de emoção. E olha que eu nem sou fã de poesia ...
Incrivel. Teu blog é incrivel, a maneira que tu escreve é incrivel.
Amei *-*
Beijo
Gostei muito!
Seu blog está fantástico!
Um ótimo soneto gótico
=DD
cada vez mais vejo bons escritores pela blogosfera =D
Me lembrei dos parnasianos lendo seu soneto mórbido...
[]'s
http://musikaholic.wordpress.com/
Gostei, me lembrei de Augusto dos Anjos, que adorava essas coisas fúnebres e sombrias!
abraço,
www.todososouvidos.blogspot.com
Faz tempo que nao li algo tão morbido, qto esse soneto!!
Excelente!!!!
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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." (Michel de Montaigne)
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