De antigamente pra hoje em dia

Antigamente, safadeza ficava entre dois. As mulheres negavam de pés juntos que haviam se deixado bolinar. Imagine se desse com os burros n'água. Pai de moça esfolava quem botasse o dedo em sua menina. Lembro-me de um gaiato que mexeu com uma sertaneja, e o pai mandou buscá-lo no Recife. O sujeito estava na Praça Maciel Pinheiro, de cara pra cima, como se nunca tivesse feito nada. Saltaram doisjagunços de um Fusca e o abordaram:

- Êi, camarada, compra um paletó e vamos para o Sertão.

- Fazer o quê?

- Casar com a filha de seu Fulano. Já tem comida no fogo e o padre está esperando.

Depois do casamento, o pai da deflorada advertiu:

- E é pra viver direitinho. Não quero saber de problema.

Hoje, as garotinhas comunicam que vão para a casa de uma amiga, fazem turnê pelos motéis e chegam na segunda-feira. Vão para o Colégio se formar em Curso Médio e ficam buchudas.

- Menina, o que danado tu tava fazendo no Colégio?

- É que exagerei nas aulas práticas, painho.

Contam que, certa vez, um matuto gritou, chamando um neto:

- Vem cá, Diploma.

Quando perguntaram por que o nome, respondeu:

- É que minha filha foi estudar no Recife para pegar um diploma de Costureira e chegou com esse menino na barriga.

Sosígenes Bittencourt