Ao meu avô Severino
Caiu em tuas dores uma mortalha preta.
Caiu e te levantou em noite sexta.
O alivio de tuas dores sobre a solidão
Te fez liberto de um tortuoso colchão.
Caiu contigo a ponte do meu destino
Mas tua base rígida manteve-se erguida.
Foi boa, ao teu lado, minha infância vivida.
Hoje, em dia triste te vejo Severino.
Foi seguido em cortejo, por familiares e amigos
E eu a carregar meus pesados dissabores.
No caminho ao São Sebastião
E hoje sigo teu caixão, num cortejo sem flores.
Na infância me carregaste no colo como filho
Hoje fui eu seu neto-coveiro, um dos que te carregaram.
Darlan Delarge
2 Comentarios:
Nossa, muito bonito o seu poema!!! Você escreve muito bem!!! Parabéns.
Piegas!
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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." (Michel de Montaigne)
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